Verso Danielano Antigo Porém Inédito

Esse verso eu encontrei num bolo de papel que estava prestes a ir para o lixo.
É mais um dos tantos recheados de poesias incompletas, de lamentações pelo fato das pessoas sempre buscarem cutucar as outras, mesmo sem a pessoa alvo ter culpa do que se passou ou, ao menos na pior das hipóteses, nem saber em que errou. 

Para mim esse sempre foi um dos piores defeitos do ser humano. Porque quem gosta de verdade, faz. Amor é ação, quem me conhece, sabe que essa frase sempre foi meu lema. Amor não é ficar dando gelo para uma pessoa adivinhar que você está infeliz. Isso é infantilidade, não apenas no amor, mas nas amizades em geral também. Amor é orientar. Tenho certeza que alguém já leu que o amor é evolução. E você não evolui apenas convivendo com outro ser humano, mas ouvindo o seu próximo.

É infantil da minha parte para alguns. Poderia simplesmente ter pago na mesma moeda e pronto. Mas eu não consigo e por óbvio nunca consegui imaginar um relacionamento como coleção de brigas, friezas e outras coisas do gênero. Quando eu agi dessa forma, era porque aquele relacionamento já era para ter terminado. Acho que nesse contexto que escrevi essa poesia. Não me lembro em que situação estava inserido, mas presumo que seja numa situação parecida com essa. Para a situação atual, tenho amigos que enfrentam a situação e tudo que sei dizer é que você vê o rostinho tão lindo, o cabelo escondendo a beleza do rosto, enfim, entre tantos encantamentos, você não imagina o estrago que essa pessoa possa te causar.
Graças a Deus aprendi a filtrar essas coisas dentro de mim. Pra falar a verdade, nem me recordo qual era a pessoa "homenageada" na época. Mesmo porque o presente é tão bom que nem com a ajuda da poesia eu consigo me lembrar da situação que passou. E é assim que devemos ser. Devemos deixar as pessoas viverem suas vidas, e centralizar nossos pensamentos e foco em nós mesmos e em nossos objetivos e sonhos e em quem amamos de verdade. 

Porque o passado não volta e muitas das vezes, o que a gente apronta com o sentimento das pessoas permanece não como um trauma, mas como uma desculpa atual e sutil para você nunca trocar com ela uma sequer palavra. E não aponto o dedo a ninguém, mesmo porque nem sempre fui santinho, tanto que sei exatamente quem nunca tentar estender a mão na rua.

Falando do que interessa, achei esse verso muito interessante. Tem muito de mim ainda nele, poderia escrevê-lo hoje. É bom ver que ainda cultivo os mesmos pensamentos e análises.

Segue o verso danielano:

Você agride
meu corpo não reage mais
é você quem decide
Com que arma me ataca
quando e como faz
Do calor em forma grito
do ódio que quer causar atrito
Do frio que dilacera a alma
Das palavras econômicas
Simples, repetidas
nada randômicas.
Que querem mostram desdém
desinteresse por qualquer coisa
que a mim convém
ou faz parte.
De tanto sofrer com isso
parece que desenvolvi a arte
De não absorver nada de ruim que a mim vem
É muito prejuízo
Muita dor para administrar
E eu ainda
tenho tanta coisa bonita ao mundo para mostrar
Que a vinda dessas termo agressões
não vai nunca mais me abalar
Sei que isso irrita
Sei que parece que com isso
quero também incomodar
Mas na verdade
Só quero ser feliz
Há algo de ouro em você
Que eu ainda sei garimpar